Adaptar, evoluir, sobreviver
Você já deve ter sentido, pelo menos uma vez na vida, aquele frio na barriga diante da toca do coelho, assim como Alice, sem saber se mergulha de cabeça no País das Maravilhas, né? Pois na news dessa semana vou compartilhar um pouco da minha aventura e da “hipótese da rainha vermelha”. Simbora!
No último sábado, fui convidado a compartilhar “que história é essa do STF no TikTok”. O convite não foi exatamente assim, mas, no fundo, o que as pessoas querem saber é isso mesmo, com uma certa incredulidade no tom de voz.
Meu trabalho foi facilitado pelas outras duas painelistas do evento, Ana Paula e Vanessa, que falaram de como estratégia, gestão e planejamento de conteúdo são fundamentais na comunicação corporativa, sobretudo para órgãos públicos, então pude viajar um pouco dentro do meu universo da literatura infantil.
Contei que, para mim, o TikTok é justamente como o País das Maravilhas. Eu escorreguei pelo buraco e ainda estou comendo bolo e tomando chá para tentar passar pela primeira porta. Sorte minha, digo e repito, que minha equipe no Supremo é formada por um punhado de chapeleiros malucos que tiram de letra qualquer desafio imposto pela Rainha de Copas, sem medo de que lhes cortem as cabeças.
Para uma pessoa como eu, enamorada da mudança, apaixonada por novos começos, isso não deveria incomodar, certo? A diferneça aqui - e em muitos outros momentos da vida - é que entrar no buraco do coelho não foi minha escolha. E agora eu tenho que arrumar um jeito de voltar pra casa.
Qual o caminho?
Se você não sabe para onde ir, qualquer caminho serve, né? O retorno ao ponto de origem não vai acontecer sem que a gente entenda as regras desse mundo novo e volte transformado do lugar de onde viemos. Não sou eu que to dizendo não… foi Joseph Campbell =D
Há uns 6 meses instalei o TikTok no celular e criei o hábito de futucar a plataforma por, pelo menos, 30 minutos por dia. Há dias em que passo 2 horas rolando o for you para cima. Estou por aqui tentando entender as regras desse universo meio doido, cheio de gatos sorridentes, lagartas faladoras e muitas cartas de baralho desorientadas.
Como chegar a um lugar diferente?
Em Alice Através do Espelho, a continuação do País das Maravilhas, tem uma cena incônica: Alice e a Rainha de Copas estão correndo pra chegar a algum lugar (não lembro agora onde), mas Alice sente que por mais que se esforce, não está saindo lugar. “Estou correndo o mais que posso. De onde venho, quando se corre tanto assim, a gente chega a algum lugar”, ela diz para a Rainha, que responde:
“Pois aqui, como vê, você tem de correr o mais que pode para continuar no mesmo lugar. Se quiser ir a alguma outra parte, tem de correr no mínimo duas vezes mais rápido!”
Esse é um grande aprendizado para quem está no TikTok tentando fazer comunicação corporativa, mas vale também para qualquer um diante de um desafio que está além da compreensão. É preciso se reinventar e se compreender para poder sair do País das Maravilhas. É preciso transformar-se. E isso dá trabalho.
Red Queen Hypothesis
Em Biologia, inclusive, a hipótese da Rainha Vermelha - que tem origem justamente nesta passagem da história de Lewis Carroll - é bastante famosa. Em resumo, do ponto de vista evolutivo, para as espécies se perpetuarem - chegarem a algum lugar no futuro - num ambiente muito comptetitivo, elas precisam passar pelo processo de evolução e seleção natural muito rápido, antes dos seus concorrentes. Seguindo o ritmo normal, adaptado, tendem a ficar pelo caminho.
Poxa, se serve para os bichinhos, vai servir pra gente também, né? Agora o próximo passo é todo mundo se matricular numa assessoria de corrida e começar o treino para uma maratona. Bora?
Existe livro infantil sobre isso?
Bem, já falei dele desde o início, né? Alice no País das Maravilhas é um clássico, escrito por Lewis Carroll no meio do século XIX, adaptado para cinema, animação, e com inúmeras versões impressas por aí.
Vou indicar uma edição muito bonita, capa dura, em comemoração aos 150 anos da obra, publicada pelo selo Galerinha, da editora Record, com tradução da maravilhosa Marina Colasanti e ilustrações de Emmanuel Polanco. O título é A Pequena Alice no País das Maravilhas.
O texto é uma versão especial para as crianças menores, até uns 6 anos, mas não fica devendo ao original e é bastante acessível e interativa.
Caso você queira a obra completa, inclusive o Através do Espelho, aí recomendo a edição de luxo da editora Zahar, que li recentemente também.
Mas a versão que temos aqui em casa é essa aqui de 1994, em inglês, porque fui alfabetizado em Oxford kkk:
Quer esse ou qualquer outro livro infantil para te ajudar a chegar a algum lugar, ou lugar algum? Fala com a Story Time ;)
Curtiu? Acha que alguém pode curtir também? Já sabe!
E se chegou aqui por acaso, fique à vontade e pode se inscrever =D